sexta-feira, 30 de março de 2007

Simbologia do Adamastor







Geograficamente, simboliza o Cabo das Tormentas (posteriormente, chamado da Boa Esperança); Simbolicamente, representa os perigos que os portugueses tiveram de enfrentar nas suas viagens; Mitologicamente, simboliza a frustração amorosa por um amor não correspondido e o castigo por enfrentar os deuses.


quarta-feira, 28 de março de 2007

Características da Tragédia Clássica Presentes no Episódio de Inês de Castro

http://oslusiadas.no.sapo.pt/episodio8.html

http://www.notapositiva.com/trab_professores/textos_apoio/portugues/Ines_de_Castro.htm

- Personagens de elevada estirpe social;
"...depois de morta foi rainha."

- Existência de um ponto culminante;
Decisão de matar Inês.

- Presença de sentimentos como o terror e a piedade;
"horríficos algozes", "já movido a piedade", "Ela, com tristes e piedosas vozes...","os olhos piedosos", "Se neles posso achar a piedade / Que entre peitos humanos não achei.",
"Mova-te a
piedade sua e minha,""Contra ua dama, ó peitos carniceiros, /Feros vos amostrais e cavaleiros?", "Tais contra Inês os brutos matadores", "Se encarniçavam, férvidos e irosos".


- Presença do destino e da fatalidade que dominam as personagens inocentes;
"(Que desta sorte o quis)" , "...e seu destino....", "Pois te não move a culpa que não tinha." "...se to assi merece esta inocência,".

- O narrador substitui um coro que vai comentando os acontecimentos trágicos.
"(Que desta sorte o quis)", "Contra ua dama, ó peitos carniceiros, Feros vos amostrais e cavaleiros?"

Estrutura do Episódio Lírico

O Episódio apresenta uma estrutura que é composta por uma
Introdução, (III, 118-9); os Antecedentes (.as memórias de alegria., est. 120-22); a
Ação Central . a morte de Inês (est. 123-132) e Considerações finais (est. 133-135).

1. A Introdução contém:
* anúncio do episódio, .o caso triste e dino de memória. (118)
a responsabilização do Amor . força trágica e fatal . .Tu só tu, puro
Amor com força crua/ (...) Deste causa à molesta morte sua..

2. O Acontecimento:
* as .memórias de alegria.
* o .engano de alma, ledo e cego., de Inês (120)
* o amor recíproco (121)
* um oponente e um destinador . .o velho pai sesudo. (122)
o dia fatal (124-132); - Inês junto ao Rei (124-125); - Discurso de Inês
(126-129); - Piedade do Rei; contraste entre os .horríficos algozes. (130).

3. O desenlace . A Morte de Inês (132).

Quem escreveu "Os Lusíadas"?

Numa manhã, a professora pergunta ao aluno:
- Diz-me lá quem escreveu "Os Lusíadas"?
O aluno, a gaguejar, responde:
- Não sei, Sra. Professora, mas eu não fui.
E começa a chorar. Aprofessora, furiosa, diz-lhe:
- Pois então, de tarde, quero falar com o teu pai.
Em conversa com o pai, a professora faz-lhe queixa:
- Não percebo o seu filho. Perguntei-lhe quem escreveu "Os Lusíadas" e ele respondeu-me que não sabia, que não fora ele...
Diz o pai:
- Bem, ele não costuma ser mentiroso, se diz que não foi ele, é porque não foi. Já se fosse o irmão...
Irritada com tanta ignorância, a professora resolve ir para casa, na passagem pelo posto local da G.N.R., diz-lhe o comandante:
- Parece que o dia não lhe correu muito bem...
- Pois não. Imagine que perguntei a um aluno quem escreveu "Os Lusíadas". Respondeu-me que não sabia, que não fora ele, e começou a chorar.
O comandante do posto disse-lhe:
- Não se preocupe. Chamamos cá o miúdo, damos-lhe um "aperto", vai ver que ele confessa tudo! Com os cabelos em pé, a professora chega a casa e encontra o marido sentadono sofá, a ler o jornal. Pergunta-lhe este:
- Então o dia correu bem?
- Ora, deixa-me cá ver. Hoje perguntei a um aluno quem escreveu "Os Lusíadas". Começou a gaguejar que não sabia, que não tinha sido ele, e pôs-se a chorar. O pai diz-me que ele não costuma ser mentiroso. O comandante da G.N.R. quer chamá-lo e obrigá-lo a confessar. Que hei-de fazer a isto?
O marido, confortando-a:
- Olha, esquece. Janta, dorme e amanhã tudo se resolve. Vais ver que foste tu e já não te lembras...!
(Ainda bem que ninguém disse que tinha sido o Salazar!)

terça-feira, 27 de março de 2007

Poema do Mês - Abril

Maria Madalena
http://www.youtube.com/watch?v=7rLpDkv7C1w

Quem por amor se perdeu não chore, não tenha pena
Uma das santas do céu foi Maria Madalena!

Desse amor que nos encanta
Até Cristo padeceu
Para poder tornar santa
Quem por amor se perdeu

Jesus só nos quis mostrar que o amor não se condena
Por isso quem sabe amar não chore, não tenha pena!

A Virgem Nossa Senhora
Quando o amor conheceu
Fez da maior pecadora
Uma das santas do céu

E de tanta que pecou, da maior à mais pequena
E aquela que mais amou foi Maria Madalena!

segunda-feira, 26 de março de 2007

Batalha de Aljubarrota







Está Vasco da Gama a contar a História de Portugal ao Rei de Melinde, referindo a morte de D. Fernando e respectivas consequências, e referindo também D. João, Mestre de Avis, e toda a sua história de nomeação a Regedor e Defensor do Reino. Dá desenlace à batalha contra Castela que se travou em 14 de Agosto de 1383.
O Rei de Castela invade Portugal, e poucos eram os que queriam combater pela Pátria. Mas os que estavam dispostos a defender o seu Reino, onde se destacava Nuno Álvares Pereira, iriam defendê-lo com a convicção da vitória, pois o país vizinho tinha enfraquecido bastante no reinado de D. Fernando e D. João I era garantia de valor e sucesso e nunca Portugal tinha saído derrotado dos combates contra os Castelhanos.
No início desta batalha, o som da trombeta castelhana causa efeitos não só nos guerreiros, como nas mães, que apertam os filhos ao peito, e também na natureza: o Guadiana, o Alentejo, o Tejo ficam assustados!
Na descrição da batalha, destacam-se as actuações de Nuno Álvares Pereira e de D. João, Mestre de Avis; salienta-se também o facto dos irmãos de Nuno combaterem contra a própria Pátria, acabando por morrer numa batalha em que foram traidores de Portugal.
No final, Camões refere o desânimo e a fuga dos Castelhanos, que novamente foram derrotados pelos lusitanos.
Humor com a Batalha




Luís Vaz de Camões



Almeida Garrett


Inês de Castro






http://pt.wikipedia.org/wiki/Inês_de_Castro
http://www.vidaslusofonas.pt/inesdecastro.htm
http://www.cartografia.eng.br/sandraperes/academico/inescastro.php
http://www.historianet.com.br/conteudo/default.aspx?codigo=511



http://www.hotel-dona-ines.pt/Geral/Historia.html



http://www.universal.pt/scripts/hlp/hlp.exe/artigo?cod=5_31



http://www.portugalvirtual.pt/_lodging/costadeprata/quinta.das.lagrimas/pthistory.html



http://estagioesdica.no.sapo.pt/estagio.htm



http://oslusiadas.no.sapo.pt/episodio8.html




Inês de Castro é uma figura da história de Portugal tomada inúmeras vezes como tema de várias obras literárias, não só na literatura nacional, como também na de outros países.
A Inês de Castro histórica era filha de um fidalgo galego, D. Pedro Fernandes de Castro. Foi uma das damas que acompanharam D. Constança quando esta veio para Portugal para casar com D. Pedro, futuro D. Pedro I, filho de D. Afonso IV. Este apaixonou-se por D. Inês, de quem teve filhos, e, segundo algumas fontes, declarou ter casado com ela, secretamente, já após a morte de D. Constança.
O amor de D. Pedro e D. Inês suscitou forte oposição por motivos de ordem política. Temia-se que D. Fernando (filho de D. Pedro e D. Constança) fosse afastado do trono, tornando-se herdeiros da coroa os filhos de D. Inês. Por esse motivo, D. Afonso IV, pressionado pelos seus conselheiros, mandou executar Inês.
Esta história de amor trágico tem sido tema de obras teatrais, narrativas e líricas que abordam, em maior ou menor grau, quer o fundo psicológico de Inês, quer o conflito de que ela é centro. Como fonte mais próxima dos acontecimentos, os escritores que a ela se referiram tinham as crónicas de Fernão Lopes e Rui de Pina, entre outros.
A primeira aparição dos amores de D. Inês na literatura dá-se com as Trovas à Morte de Inês de Castro, de Garcia de Resende, no Cancioneiro Geral de 1516. Nelas, Inês, no Inferno, lamenta a tristeza da sua sorte, advertindo as mulheres para os perigos do amor. No entanto, é com Os Lusíadas, de Luís de Camões, que se constitui o mais influente fundo lírico do episódio de D. Inês de Castro, a «linda Inês», tal como surge no canto III. Muitas das referências a espaços, como os campos do Mondego, e à figura dos carrascos surgem pela primeira vez neste poema, como parte integrante da história nacional. A influência da obra de Camões, em geral, na literatura portuguesa, contribuíu em muito para firmar Inês de Castro como uma das suas personagens mais férteis. Em 1587, era editada A Castro, a primeira tragédia clássica portuguesa, que, como tema nacional, aproveitava precisamente os amores de D. Inês, dando particular atenção ao conflito interior de D. Afonso IV, nas suas hesitações quanto à sorte a dar à mulher do seu filho.
Ao longo dos séculos, a história de D. Pedro e D. Inês foi sendo enriquecida com inúmeros outros pormenores, dentro e fora de Portugal. O espanhol Jeronimo Bermudez escreveu a Nise Lacrimosa. No século XVII, a união com Espanha proporcionou um maior contacto cultural entre os dois países. Escritores portugueses escreveram também sobre o tema em castelhano, como foi o caso de D. Francisco Manuel de Melo, com os Sonetos a la Muerte de D. Inês de Castro. No século XVIII, Inês de Castro (1723), do francês Houdar de la Motte, celebrizou a história de Inês em toda a Europa, acentuando os aspectos sentimentais.
Em Portugal, os amores de D. Inês popularizaram-se, não só na literatura erudita (com os árcades Manuel de Figueiredo e Reis Quita), mas também entre o povo, com o teatro de cordel. Também Bocage lhe dedicou uma cantata.
Com o Romantismo, aumentou o interesse pelos factos históricos associados ao episódio. Alexandre Herculano e Oliveira Martins, entre outros, procuraram investigar, com algum rigor, as pessoas e factos históricos. No entanto, o fundo sentimental dos amores trágicos do par destes amantes respondia também ao gosto do público, quer pelo seu fatalismo, quer pelo conflito, que opunha o indivíduo à sociedade (corporizada no Estado e em Afonso IV), quer pela sua localização na época medieval. O historicismo que caracteriza este período reflecte-se, pois, na literatura então escrita sobre o tema, e nomeadamente nos dramas históricos de Henrique Lopes de Mendonça (A Morta) e António Patrício (Pedro, O Cru), sendo de notar uma crescente atenção à figura de D. Pedro.
Após o Romantismo, o tema persistiu vivamente numa literatura de carácter nacionalista e saudosista, explorando aspectos da lenda, persistindo em todo o século XX. Mais recentemente, podem indicar-se exemplos como os dos poetas Ruy Belo, Miguel Torga ou Natália Correia. Mesmo a nível internacional, e já no século XX, alguns escritores têm recorrido a Inês de Castro como tema das suas obras. Disso é exemplo o escritor existencialista francês Henri de Montherlant, com La Reine Morte.
Enquanto personagem, Inês de Castro tem assumido características diferentes de acordo com o autor e a época em que os textos são produzidos. A universalidade e intemporalidade do tema do amor puro (que sobrevive à morte, no caso de D. Pedro; um dos aspectos fecundos da lenda é o da coroação de Inês, já morta, por D. Pedro, e o da vingança cruel do rei, que persegue e executa barbaramente os seus carrascos), a tragédia da morte inocente face à mesquinhez dos interesses humanos, têm garantido à figura de D. Inês uma resistência ao tempo e possibilitado uma actualização permanente, em termos estéticos, dos meios de contar a sua história. Mais do que uma personagem, Inês, e com ela D. Pedro, é o símbolo do amor inocente e infeliz.
Para uma melhor compreensão do episódio será passado nas aulas o filme "Inês de Portugal" com Heitor Lourenço e Rui de Carvalho.

domingo, 25 de março de 2007

Poema do Mês


Poema em Linha Recta

Álvaro de Campos

Ver declamação em:
http://www.youtube.com/watch?v=CozIGkNVhJM

Poema em Linha Recta

Nunca conheci quem tivesse levado porrada.
Todos os meus conhecidos têm sido campeões em tudo.

E eu, tantas vezes reles, tantas vezes porco, tantas vezes vil,
Eu tantas vezes irrespondivelmente parasita,
Indesculpavelmente sujo.
Eu, que tantas vezes não tenho tido paciência para tomar banho,
Eu, que tantas vezes tenho sido ridículo, absurdo,
Que tenho enrolado os pés publicamente nos tapetes das etiquetas,
Que tenho sido grotesco, mesquinho, submisso e arrogante,
Que tenho sofrido enxovalhos e calado,
Que quando não tenho calado, tenho sido mais ridículo ainda;
Eu, que tenho sido cômico às criadas de hotel,
Eu, que tenho sentido o piscar de olhos dos moços de fretes,
Eu, que tenho feito vergonhas financeiras, pedido emprestado sem pagar,
Eu, que, quando a hora do soco surgiu, me tenho agachado
Para fora da possibilidade do soco;
Eu, que tenho sofrido a angústia das pequenas coisas ridículas,
Eu verifico que não tenho par nisto tudo neste mundo.

Toda a gente que eu conheço e que fala comigo
Nunca teve um ato ridículo, nunca sofreu enxovalho,
Nunca foi senão príncipe - todos eles príncipes - na vida...

Quem me dera ouvir de alguém a voz humana
Que confessasse não um pecado, mas uma infâmia;
Que contasse, não uma violência, mas uma cobardia!
Não, são todos o Ideal, se os oiço e me falam.
Quem há neste largo mundo que me confesse que uma vez foi vil?
Ó principes, meus irmãos,

Arre, estou farto de semideuses!
Onde é que há gente no mundo?

Então sou só eu que é vil e errôneo nesta terra?

Poderão as mulheres não os terem amado,
Podem ter sido traídos - mas ridículos nunca!
E eu, que tenho sido ridículo sem ter sido traído,
Como posso eu falar com os meus superiores sem titubear?
Eu, que venho sido vil, literalmente vil,
Vil no sentido mesquinho e infame da vileza.

sábado, 24 de março de 2007

Recital de Poesia e da Venda de Crepes

No dia 23 de Março de 2006, pelas 10 horas e 15 minutos, realizou-se, na Biblioteca, um Recital de Poesia apresentado pela professora Anabela Lopes com a participação de 82 alunos e com a colaboração de três músicos convidados, José Carlos Ribeiro e Gonçalo Borges, que cantaram alguns poemas.
O júri, formado pelas professoras Ilídia Freitas e Vera Costa e por dois alunos, atribuiu o primeiro prémio à aluna Beatriz Fonseca do 9º A, que recitou o poema “Eu penso”, da sua autoria; o segundo prémio aos alunos Tiago Lopes, Aristides Santos, Diana Magalhães, Ana Magalhães, Cristiano Costa, Diana Queirós, Pedro Borges e Tânia Ferreira que cantaram ”Menina que estás à Janela” e “Ó Elvas, Ó Elvas”; o 3º prémio foi atribuído, pelo segundo ano consecutivo, à aluna Marine Pinto, desta vez com o poema “Urgentemente” Eugénio de Andrade. Paralelamente, foram vendidos deliciosos crepes no hall da Escola, graças ao precioso empenho do professor Francisco Correia, com o objectivo de angariar fundos para a aquisição de um gravador de DVD combinado com leitor de VHS para ser utilizado pelo grupo. A actividade terminou às 13 horas com a entrega dos prémios, gentilmente oferecidos pela Porto Editora, pelo vencedor do ano anterior, Camilo Rebelo.
Todos os objectivos foram integralmente cumpridos, tendo a quantidade e a qualidade das participações superado as expectativas, tal como o comportamento e o interesse dos mais de cem alunos que assistiram. É de salientar também a qualidade de alguns poemas inéditos recitados por alguns alunos, o talento dos discentes que cantaram e tocaram guitarra, a decoração da sala e o enriquecimento dado pelos artistas convidados que interagiram com a plateia. Pensamos que, depois de mais este recital, os alunos passaram a encarar a poesia com maior proximidade, entusiasmo e interesse.

quinta-feira, 15 de março de 2007

sexta-feira, 9 de março de 2007

Debate "Entre Palavras"

Entre Palavras
Tema em debate: Anorexia

O debate interturmas foi moderado por duas alunas, iniciando-se coma leitura da notícia: http://jn.sapo.pt/2006/11/19/sociedade_e_vida/agencias_modelos_exigem_atestados_e_.html
publicada no Jornal de Notícias e com a apresentação de um anúncio da Suécia sobre a anorexia:
http://www.youtube.com/watch?v=pkI1Yrf66_0 .
Depois, procedeu-se ao debate propriamente dito, tendo as moderadoras definido a anorexia e perguntado quais as causas. As causas apresentadas pelos participantes foram:
- Exigências da sociedade: “culto da magreza”;
- Exigências do mundo da moda;
- Exigências profissionais;
- Problemas familiares;
- Influência do grupo;
- Tamanhos do vestuário;
- Publicidade, cinema, Internet, meios de comunicação social;
- Estilistas que só se preocupam em desenhar para pessoas magras;
- Olhar crítico dos outros (uma aluna referiu o seu caso pessoal, por ter sido discriminada e “gozada” por ser mais gorda; inicialmente, sentia-se infeliz com a situação, tentou emagrecer, mas teve problemas físicos e concluiu que os outros tinham de a aceitar tal como ela era);
Depois de enunciadas as causas, passou-se às consequências:
- Morte (como na notícia);
- Solidão;
- Isolamento;
- Luta contra o organismo;
- Vida sentimental prejudicada;
- Excesso de exercício físico;
- Agressividade / alterações de humor / discussões;
- Tonturas / alterações do ciclo menstrual;
- Comprimidos e “dietas loucas”.
De seguida, discutiu-se “o que é ser belo?”, tendo um aluno referido que o ideal seria manter uma relação saudável peso / altura, mas a maior beleza seria a interior e a valorização das capacidade reais das pessoas e não o seu aspecto físico.
Por último, os alunos apontaram algumas formas possíveis de tratamento e de ajuda para combater a anorexia:
- Terapia familiar (estímulos);
- Amigos;
- Ajuda especializada: psicologia, psiquiatria, nutricionismo;
- Controlo dos números do vestuário vendido nas lojas.
Assim, concluiu-se que será necessário alterar a mentalidade da sociedade.
O Debate foi muito proveitoso, porque permitiu que os alunos pesquisassem, respeitassem as opiniões dos colegas e expressassem a sua opinião, desenvolvendo o espírito crítico. É de salientar a capacidade de liderança das duas alunas que moderaram o debate com organização e pluralidade.

Ficha formativa de gramática 9º ano

1. Divida o seguinte verso em sílabas métricas e classifique-o:

"Já no largo Oceano navegavam" ____________________

2- "Cesse tudo o que a Musa antiga canta, / Que outro valor mais alto se levanta. "
Passe os versos transcritos para o discurso indirecto.
Camões pediu ___________________________________

3. Os portugueses encontraram povos de outras culturas. Os portugueses eram aventureiros.
3.1- A partir das frases transcritas, construa uma que contenha uma oração coordenada conclusiva. __________________________________________________

3.2- Passe a primeira frase para a voz passiva.
________________________________________________

3.3- Escreva a primeira frase substituindo a expressão destacada por um pronome. __________________________________________________

3.4- Das frases transcritas, indique:
a) Um complemento directo.

b) Um predicativo do sujeito.

c) Uma palavra derivada por sufixação.

d) Um verbo no pretérito imperfeito do indicativo.

e) Um sujeito:

f) Um complemento determinativo:

g) Um verbo transitivo directo:

h) Se não soubesse o significado de “culturas”, qual seria a palavra que procurarias no dicionário?


4. Os deuses juntaram-se no Olimpo.
Inicie a frase transcrita por amanhã, passando a forma verbal para o futuro.
Amanhã, ________________________________________

Categorias da Narrativa

http://pwp.netcabo.pt/0511134301/narrativ.htm
ttp://profteresa.no.sapo.pt/materiais.htm
http://www.deemo.com.pt/exercicios/pt/2ciclo/lp2c_elemnarrat.htm

quinta-feira, 8 de março de 2007

Recursos Estilísticos

Figuras de Estilo e Recursos Estilísticos

Aférese - Supressão de fonema no princípio do vocábulo. Ex: Fugindo, a seta o Mouro vai tirando

Alegoria - Expressão de ideias através de imagens. Um símbolo, por meio de imagens, dá a impressão de ideias. A alegoria está sob a forma de uma intenção nítida, pormenorizada, precisa; o símbolo está sob a forma de uma criação livre, onde a iseia e a imagem se encontram fundidas. Simplificando: a alegoria é uma forma de metáfora e verifica-se quando a mudança de significação se dá numa frase. Ex: Assi que sempre, enfim, com fama e glória, teve os troféus pendentes da vitória

Anacoluto - Frase quebrada, mudada a concordância inicial para outra diversa. Ex: Este povo que é meu, por quem derramo, por ele a ti rogando, choro e bramo

Anáfora - Repetição de uma mesma palavra. Ex:Vistes que com grandíssima ousadia, vistes aquela insana fantasia, vistes e ainda vemos cada dia.

Anástrofe - Inversão da ordem natural das palavras. Ex: Esses seus muito azuis olhos.

Antanáclase - Repetição da mesma palavra, mas com outro sentido. Ex: Eles assim vão, andando em vão.

Antítese - Aproximação de termos contrários para os realçar. Ex: Amor é fogo que arde sem se ver

Antonomásia - Uso de um nome ou expressão sugestivos em lugar do nome próprio. Ex: Fala-se do Glorioso e todos sabem que se referem ao Benfica

Apócope - Supressão de fonemas no fim do vocábulo. Ex: Esse mui nobre senhor

Apóstrofe - Interrupção do discurso para fazer uma invocação de alguém real ou fictício. Ex: Ó mar salgado quanto do teu sal

Assíndeto - Supressão das conjunções. Ex: Fere, mata, derriba denodado Catacrese - Uso de palavra ou frase desviada do seu sentido natural, por falta de outra apropriada. Ex: Comparação - Aproximação de dois objectos para precisar a natureza do primeiro. Ex: Os lábios como duas cerejas

Crase - Contracção de duas vogais numa só. Ex: Podias ir ao Brasil (ao=a+o)

Diácope - Uso da mesma palavra com outras pelo meio. Ex: Tu só tu minha querida Diástole - Alongamento de uma sílaba breve, ou acentuação de uma sílaba átona. Ex: Oralmente, é mais fácil. Nós dizemos "café" e no Alentejo, dizem "caféi"

Disfemismo - Emprego de um termo ou expressão grosseiro e pouco elegante para dar intensidade à frase. Ex: Esticou o pernil

Ectlipse - Supressão do m final de certas palavras. Ex: Co a breca!

Elipse - Omissão de palavras necessárias ao sentido explícito. Ex: (vinde) Á barca, à barca! Quando se fala de narração, uma elipse é um recuo no tempo. Ex: Vi-a passar com a cesta na mão. Tal como antes, quando era pequena e caminhava de mão dada com a mãe. Ainda me lembro tinha eu 10 anos. Foi nessa altura que a conheci

Enálage - Uso de palavras com categoria gramatical diferente da própria. Ex: Era ele o seu prometido.
Ênfase - Pompa ou exagero do discurso. Ex: Deu-me um murro que até vi estrelas! (cientificamente impossível, a não ser que fosse de noite!)

Epanáfora - Repetição da palavra no princípio dos versos. Ex: Qual vai dizendo / Qual em cabelo

Epêntese - Aumento de um fonema ou sílaba no meio dos vocábulos. Ex: No que disse Mavorte valeroso (Mavorte é a expressão em Latim para Marte)

Epifonema - Exclamação sentenciosa com que se termina o discurso. Ex: Tanta veneração aos pais se deve! Epizeuxe (ou Repetição) - Repetição de uma palavra para enfasiar ou ordenar. Ex: Foge, foge depressa!

Eufemismo - Expressão que atenua uma realidade violenta. Ex: Exalou o seu último suspiro. (Modo gentil de dizer morreu, lerpou, bateu as botas, foi-se)

Exclamação - Expressão espontânea de um súbito sentimento. Ex: Ó glória de mandar!

Gradação -Disposição das palavras e ideias por ordem crescente ou decrescente do seu significado. Ex: Por uma omissão perde-se uma inspiração; por uma inspiração perde-se um auxílio; por um auxílio, uma contrição

Hendiadis - Figura pela qual se divide uma ideia em duas. Ex: Olha o muro e edifício resistente

Hipálage - Quando se atribui a certas palavras o que parece próprio de outras. Ex: Fumava um cigarro austero. (Austero é a qualidade da pessoa que fumava o cigarro.)

Hipérbato - Inversão violenta da ordem natural das palavras. É uma anástrofe mais evidente. Ex: Casos, que o marido teve passados.

Hipérbole - Exagero da verdade das coisas para produzir impressão mais forte. Ex: Esse livro fez correr rios de tinta.

Hipértese - Transposição de fonemas de uma palavra para outra. Ex: Imagem - Representação mais rica e animada do que a comparação ou a metáfora, que se estende a toda a frase. Pode resultar de uma combinação de metáforas e comparações. Ex: Para os vales, poedrosamente cavados, desciam bandos de arvoredos, tão copados e redondos, de um verde tão moço, que eram como um musgo macio onde apetecia rolar.

Intercalação Eufónica - Adição de um elemento fónico entre dois vocábulos para melhorar a pronúncia. Ex: Não no pode estorvar

Interrogação - Pergunta retórica, que não procura resposta mas sim dar realce ao pensamento. Ex: Ó mar salgado, quanto do teu sal são lágrimas de Portugal?

Ironia - Uso de palavras com sentido contrário ao verdadeiro. Ex: Saíste-me um belo patife.

Metáfora - Mudança de significação por semelhança. A metáfora funde num só os dois termos da comparação. Ex: Flor da mocidade, cabeça de prego, língua de fogo, primavera da vida.

Metalepse - Figura em que se toma o antecedente pelo consequente e vice-versa. Ex: Sonorosas trobetas incitavam, os ânimos alegres ressoando

Metátese - Transposição de fonemas ou sílabas de um vocábulo. Ex: E com ventos contrairos a desvia

Metonímia - Substituição de um termo por outro com o qual está intimamente ligado. Ex: O escritor pela obra: ler Camões O abstracto pelo concreto: a juventude é generosa

Onomatopeia - Representação dos sons. Ex: Crac, zigue-zague, pumba

Paragoge - Aumento de fonema ou sílaba no fim das palavras.
Ex: O mártire Vicente

Parêntese - Interposição de frase num período onde forma sentido à parte. Ex: Foi quando percebi (e raramente percebo alguma coisa tão depressa) que havia mais alguém em casa.

Perífrase - Emprego de muitas palavras em lugar de poucas. Ex: Nos meses de águas vivas (No inverno)

Paronomásia - Uso, na mesma frase, de palavras semelhantes no som e diferentes no sentido. Ex: Pelo campo foge a lebre, a raposa ganhando campo

Personificação (Prosopopeia, Animismo) - Introdução no discurso, de pessoas mortas ou ausentes, animais, plantas, divindades, às quais se atribui fala, acção e sentimentos. Ex: As rãs do charco choravam.

Pleonasmo - Uso de palavras que parecem desnecessárias por repetirem ideias, mas que servem para dar mais força expressiva. Ex: Subir para cima, descer para baixo

Polissíndeto - Repetição de conjunções. Ex: E salta e pula e sobe e desce e gira

Prótese - Aumento de fonema ou sílaba no começo das palavras. Ex: Outro valor mais alto se alevanta

Quiasmo - Disposição de um período em 4 membros, em que o 1º corresponde ao 4º e o 2º ao 3º.

Reticência - Verifica-se nesta figura a suspensão do sentido. Ex: Mas moura enfim, nas mãos das brutas gentes, que pois eu fui

Silepse - Concordância de uma palavra segundo a ideia que se tem no pensamento e não segundo a ideia gramatical. Ex: Um bando de abutres pairavam sobre aquele lugar

Síncope - Supressão de fonemas no meio das palavras. Ex: Que lindo colar de perlas!

Sinédoque - Figura que consiste em tomar a parte pelo todo, o plural pelo singular. Ex: O Português é valente. (O povo Português) Praia Lusitana (Portugal)

Sinestesia - Confusão dos sentidos Ex: Cheira a mel, sabe a vento

Sístole - Figura que abrevia uma sílaba longa ou torna átona uma sílaba acentuada. Ex:

Tmese - Colocação de uma palavra dentro de outra, dividida ao meio. Por exemplo, os mesoclíticos dos tempos verbais. Ex: Dar-te-ei, olhar-me-às

Zeugma - Figura que consiste na omissão de palavras já expressas noutra oração do mesmo período. Ex: O lobo ataca com os dentes, o veado com as hastes (Subentende-se "o veado ataca")

http://www.geocities.com/sania_eq/figurasdeestilo.html
http://esjmlima.prof2000.pt/figuras_estilo/figuras_estilo.html
Exercícios:
http://aulaportuguesonline.no.sapo.pt/figurasestilo.htm

quarta-feira, 7 de março de 2007

Exames do 9º Ano

Podes consultar e descarregar todos os exames de Língua Portuguesa e de Matemática nos seguintes endereços:
http://www.gave.min-edu.pt/np3/32.html

http://www.gave.min-edu.pt/np3content/?newsId=32&fileName=pelpchamada1basico_2006.pdf

Gramática

"Se o homem soubesse o valor que tem a mulher andaria de quatro à sua procura".
Se és mulher, certamente colocaste a vírgula depois de "mulher"... .Mas, se és homem, provavelmente colocaste-a depois de "tem".. A diferença que uma virgula faz....

Nunca te esqueças de a colocar no sítio certo.

Orações coordenadas e Subordinadas:
http://www.notapositiva.com/resumos/portugues/frasesimplescomplexa.htm
http://gloria.webxpace.com/?do=gramatica&subaction=showfull&id=1148235361&archive=&start_from=&ucat=4&
Advérbios:
http://www.priberam.pt/dlpo/gramatica/gramatica39.aspx
http://www.priberam.pt/dlpo/gramatica/gramatica40.aspx
http://www.priberam.pt/dlpo/gramatica/gramatica41.aspx

Versificação:
http://www.inesc-id.pt/pt/indicadores/Ficheiros/1449.pdf

Discurso Directo e Discurso Indirecto:
http://ciberduvidas.sapo.pt/pergunta.php?id=16249

Voz Activa e Voz Passiva:
http://www.prof2000.pt/users/anamendes/vozactiva1.htm
http://www.percursos.net/portun4ficha5.pdf

Conjugação Perifrástica:
http://www.notapositiva.com/resumos/portugues/conjugacaoperifrastica.htm

Fenómenos Fonéticos:
http://www.notapositiva.com/resumos/portugues/fenomenosfoneticos.htm
Dúvidas:
http://ciberduvidas.sapo.pt/

Apoio ao estudo d'Os Lusíadas


Podes consultar
a)o género épico em:
http://oslusiadas.no.sapo.pt/genero.html
b) a estrutura externa em:
http://oslusiadas.no.sapo.pt/est_externa.html
c) a estrutura interna em:
http://oslusiadas.no.sapo.pt/est_interna.html
d) os planos narrativos em:
http://oslusiadas.no.sapo.pt/planos.html
e) o resumo dos cantos em:
http://oslusiadas.no.sapo.pt/cantos.html
f) o resumo dos episódios em:
http://oslusiadas.no.sapo.pt/episodios.html


"Falar Verdade a Mentir" de Almeida Garrett

Consulta os endereços:
http://www.youtube.com/watch?v=3OnTfJCPovU
http://pt.wikipedia.org/wiki/Falar_Verdade_a_Mentir

Motivação para o estudo de Os Lusíadas

Consulta os vídeos com os seguintes endereços:
http://www.youtube.com/watch?v=OaGYvvW7hZs
http://www.youtube.com/watch?v=zEIzuAIHJic

Questão: Interpretar o seguinte trecho do poema de Camões:

"Amor é fogo que arde sem se vêr,
é ferida que dói e não se sente,
é um contentamento descontente,
dor que desatina sem doer".

Uma aluna deu a seguinte interpretação: "Ah Camões, se vivesses hoje em dia, tomarias uns antipiréticos, uns quantos analgésicos e Prozac para a depressão. Comprarias um computador,consultarias a internete descobririas que essas dores que sentias, esses desatinos sem nexo, nãoeram feridas de amor, mas somente falta de sexo".

segunda-feira, 5 de março de 2007

Mapa de Conceitos d' Os Lusíadas


CONVOCATÓRIA

Nos termos do artigo 1º dos estatutos da Assembleia dos Deuses do Olimpo, convocam-se os deuses para um consílio a realizar no Olimpo, no dia 4 de Março de 1498, pelas 15 horas, com a seguinte ordem de trabalhos:
ponto único: Decisão sobre o futuro dos homens que tentam chegar à Índia por mar.

Olimpo, 1 de Março de 1498
O pai dos deuses,
Júpiter

Acta do Consílio dos Deuses

ACTA DO CONSÍLIO DOS DEUSES NÚMERO UM

---- Aos quatro dias do mês de Março do ano de mil quatrocentos e noventa e oito, pelas quinze horas, realizou-se, no Olimpo, um consílio presidido pelo pai dos deuses, Júpiter, e com a presença de todos os deuses.
- - - A reunião tinha a seguinte ordem de trabalhos:
- - - ponto único: Decisão sobre o futuro dos homens que tentam chegar à Índia por mar.
- - A reunião iniciou-se com o discurso de Júpiter, lembrando a importância da decisão que iriam tomar, uma vez que, se os Portugueses, que construíram o seu reino, lutando contra mouros castelhanos e romanos, conseguissem o governo dos mares do oriente, se tornariam mais famosos que os povos da antiguidade. Júpiter salientou a coragem e ousadia daquele povo que atravessava o mar duvidoso num lenho leve sem temer a força dos ventos e elogiou a sua persistência apesar do tempo já decorrido e das dificuldades da viagem. - - - - - - - - - - - - - - -
- - - Baco opôs-se a que os Portugueses tivessem êxito na sua viagem, porque eles apagariam o poder e a fama que ele aí conquistara. Vénus manifestou-se contra Baco, defendendo os Portugueses, porque eles se assemelhavam ao povo romano, pelas qualidades guerreiras e pela língua que com pouca corrupção acreditava que era a latina. No calor da discussão interveio firmemente Marte, concordando com Vénus, apelando à autoridade de Júpiter como chefe supremo dos deuses para condenar a inveja de Baco e permitir que o povo, cujo valor e obras apreciara, fosse guiado por Mercúrio até à Índia.
---- Júpiter concordou com Marte e Vénus e espalhou néctar sobre todos.
----Não havendo mais nada a tratar foi encerrada a reunião e lavrada a presente acta que, depois de lida e aprovada, será assinada pelo presidente e por mim que a secretariei.
PRESIDENTE: Júpiter
SECRETÁRIO: Jorge Almeida
OU

Aos quatro dias do mês de Março de mil quatrocentos e noventa e nove realizou-se, pelas nove horas, no Olimpo, um Consílio dos Deuses com a seguinte ordem de trabalhos:
Ponto único – Deliberação sobre a ajuda a dar aos portugueses na descoberta do caminho marítimo para a Índia.
A reunião foi presidida por Júpiter, e estiveram presentes todos os deuses convocados. A abrir a sessão, Júpiter recordou à Assembleia os feitos heróicos já realizados pelos portugueses, tanto mais valorosos quanto se tratava de um povo com pouco poder que já tinha vencido mouros e castelhanos. Referiu ainda que, no momento presente, enfrentava, com parcos recursos mas, grande determinação, os perigos marítimos, tendo como objectivo chegar às terras do Oriente. Declarou, também, que já lhe estava prometido pelo Fado eterno, o domínio, por muito tempo, dos mares do oriente, tinham passado um inverno rigoroso no mar e enfrentado duros perigos, os navegantes estavam exaustos, por isso, decidira que a armada fosse amigavelmente recebida na costa africana, para retemperar forças antes de prosseguir a viagem. Na sequência desta declaração, Baco manifestou a sua discordância, defendendo que, se chegassem ao Oriente, os portugueses dominariam a região e os seus feitos fariam esquecer famas anteriores. Ele próprio, Baco, deixaria de ser adorado e perderia a sua glória. A deusa Vénus, discordando de Baco, apoiou a decisão de Júpiter, argumentando com as qualidades do povo português, semelhantes às do povo romano, descendente do seu filho . Gerou-se, então, grande tumulto na Assembleia . O deus Marte, levantando-se para expor as suas razões, repôs a ordem na reunião, e dirigindo-se a Júpiter incentivou-o a não dar ouvidos a Baco, pois as suas opiniões não se baseavam na razão, mas em sentimentos mesquinhos como a inveja, e aconselhou-o a não voltar atrás da decisão tomada, pois seria sinal de fraqueza.Júpiter concordou com as palavras de Marte, fazendo um gesto de aprovação, e, de seguida, espalhou néctar pelos deuses que se preparavam já para regressar aos seus planetas.E nada mais havendo a tratar, deu-se por encerrada a sessão da qual se lavrou a presente acta que, vai ser assinada nos termos da lei.O Presidente: Júpiter O Secretário: _______________

Mitologia n` Os Lusíadas

Camões, apesar de ser católico, utiliza a mitologia pagã por quatro razões:

a)obedece a uma regra dos poemas épicos (todas as epopeias a devem utilizar);
b)assegura a unidade interna da acção da epopeia (colocando em oposição humanos e deuses);
c)embeleza a intriga (de outra forma seria um mero relato da viagem);
d)serve para glorificar o povo português, comparando-o aos deuses (valoriza os homens a quem Neptuno e Marte obedeceram).

Júpiter era o deus romano do dia, comumente identificado com o deus grego Zeus, era filho de Saturno e de Reia. À medida que Reia dava à luz, Saturno devorava todos os filhos varões. Júpiter e Juno nasceram do mesmo parto, e Reia, para salvar a vida do filho, apresentou-lhe a filha Juno e, em lugar de Júpiter, deu-lhe uma pedra embrulhada, que Saturno devorou imediatamente. Reia deu Júpiter a criar aos Coribantes, sacerdotes de Cibele, filha do Céu e da Terra, que o levaram para Creta, onde foi amamentado pela cabra Amalteia. Júpiter cresceu e, quando descobriu a sua origem, pediu a Saturno que o aceitasse como herdeiro. Saturno, sabendo então que Júpiter havia nascido para governar todo o Universo, procurou, por todos os meios, contrariá-lo, mas Júpiter expulsou-o do céu e apoderou-se do trono do pai, tornando-se senhor do Céu e da Terra.
Casou com a irmã Juno e fez a partilha do Universo com seus irmãos: reservou para si o céu, deu o império das águas a Neptuno e o império dos infernos a Plutão. Júpiter, como senhor absoluto, representa-se sentado sobre uma águia, com um raio na mão. N’ Os Lusíadas também é identificado como Tonante, porque era o deus do trovão.
Vénus era filha do Céu e da Terra. Também se diz que era filha do Mar e que Saturno preparou o seu nascimento, formando-a da espuma das águas. E há ainda quem afirme que era filha de Júpiter e da ninfa Dione, sua concubina. Conta-se que Vénus, logo após o seu nascimento, foi arrebatada para o céu, em grande pompa, pelas deusas Horas, que presidiam às estações, e todos os deuses a acharam tão formosa, que a designaram deusa do amor e cada um deles queria desposá-la. Foi Vulcano que a recebeu por mulher, por ter forjado os raios com que Júpiter combateu os Gigantes, que queriam apoderar-se do céu. Mas Vénus, não podendo suportar o marido pela sua grande fealdade, entregou-se à vida dissoluta e teve muitos amantes, entre os quais Marte, filho de Juno e deus da guerra, de quem teve Cupido. Vulcano, que a surpreendeu com Marte, cercou o lugar com uma rede invisível e convocou todos os deuses para que presenciassem o espectáculo.
Vénus também desposou Anquises, príncipe troiano, de quem teve Eneias, que, já homem, partiu com uma grande armada para a Itália, para aí fundar um novo império. Vénus presidia a todas as festas de prazer e divertimento, sempre acompanhada das três Graças. Representa-se geralmente com Cupido, seu filho, sobre um coche puxado por pombos ou por cisnes.

Marte era o deus romano da guerra, equivalente ao grego Ares. O povo romano considerava-se descendente daquele deus pelo facto de Rómulo ser filho de Réia Sílvia ou Ília, princesa de Alba Longa, e Marte. Filho de Juno e de Júpiter, era considerado o deus da guerra sangrenta, ao contrário de sua irmã Minerva, que representa a guerra justa e diplomática. Os dois irmãos tinham uma rixa, que acabou culminando no frente-a-frente de ambos, na frente das muralhas de Tróia, da qual Marte se saiu perdedor. Marte, apesar de bárbaro e cruel, tinha o amor da deusa Vénus, e com ela teve um filho, Cupido e uma filha mortal, Harmonia.

Cupido, também conhecido como Amor, era o deus equivalente em Roma ao deus grego Eros. Filho de Vénus, e de Marte, andava sempre com seu arco, pronto para disparar sobre o coração de homens e deuses. Teve um romance muito famoso com a princesa Psique , que era a deusa da alma. Identificado com Eros e também conhecido como Amor, o deus grego do amor, o deus romano Cupido encarnava a paixão e o amor em todas as suas manifestações. Segundo a mitologia romana, Cupido era filho de Vénus, (a deusa do amor) e de Marte (o deus da guerra). Logo que nasceu, Júpiter (pai dos deuses), sabedor das perturbações que iria provocar, tentou obrigar Vénus a se desfazer dele. Para protegê-lo, a mãe o escondeu num bosque, onde ele se alimentou com leite de animais selvagens. Cupido era geralmente representado como um menino alado que carregava um arco e um carcás com setas. Os ferimentos provocados pelas setas que atirava despertavam amor ou paixão em suas vítimas. Outras vezes representavam-no vestido com uma armadura semelhante à que usava Marte, (o deus da guerra), talvez para assim sugerir paralelos irónicos entre a guerra e o romance ou para simbolizar a invencibilidade do amor. Embora fosse algumas vezes apresentado como insensível e descuidado, Cupido era, em geral, tido como benéfico em razão da felicidade que concedia aos casais, mortais ou imortais. No pior dos casos, era considerado malicioso pelas combinações que fazia, situações em que agia orientado por Vénus.


Vulcano, deus do fogo, era filho de Júpiter e de Juno. Como era extremamente feio, Júpiter lançou-o para fora do céu; foi cair na Ilha de Lemnos, quebrou uma perna e ficou coxo. Desposou Vénus, que não o pôde suportar, por causa da sua fealdade e lhe foi muitas vezes infiel. Vulcano fabricava raios para Júpiter, que com eles ficou vitorioso na luta contra os Gigantes, que queriam apoderar-se do céu. Vulcano tinha as suas forjas nas ilhas de Lemnos e Líparo e ainda no interior do monte Etna, na Sicília, onde trabalhavam os Ciclopes, seus oficiais, que tinham um só olho a meio da testa. Vulcano representa-se geralmente acompanhado por Vénus, como figura central; às vezes acompanhado de Vénus, sendo ele a figura principal.

Baco era o filho do deus olímpico Zeus e da mortal Sémele. Deus do vinho, representava seu poder embriagador, suas influências benéficas e sociais. Promotor da civilização, legislador e amante da paz. Líber é seu nome latino e Dioniso é seu equivalente grego.
Juno, sempre preocupada e agastada contra as numerosas concubinas de Júpiter, seu marido, aconselhou Sémele, quando esta estava grávida, a pedir a Júpiter que se lhe mostrasse em todo o seu esplendor, ao que ele acedeu com dificuldade. A majestade do deus desencadeou fogo no palácio, e Sémele morreu nas chamas. Com receio de que Baco, que Sémele trazia no ventre, viesse também a morrer queimado, Júpiter recolheu-o numa coxa até ao tempo do seu nascimento. Foi então confiado secretamente a Ino, tia de Júpiter, que o criou com o auxílio das Horas e das ninfas. Quando chegou a homem, Baco conquistou as Índias e passou depois para o Egipto, onde ensinou a agricultura aos homens e deu início à plantação da vinha. Salvou-se sempre das perseguições contínuas de Juno e transformou-se em leão para devorar os Gigantes que ameaçavam Júpiter e o céu. Depois da vitória sobre os Gigantes ficou a ser o deus mais poderoso, a seguir a Júpiter. Baco representa-se, geralmente, sobre um coche puxado por tigres, linces ou panteras, às vezes com uma taça em uma das mãos e na outra um tirso, do qual se servia muitas vezes para fazer brotar fontes de vinho.

Em Roma, Diana (a Artemis grega) era a deusa da lua e da caça, filha de Júpiter e de Latona, e irmã mais velha de Apolo. Era muito ciosa de sua virgindade. Na mais famosa de suas aventuras, transformou em um cervo o caçador Acteão, que a viu nua durante o banho. Indiferente ao amor e caçadora infatigável, Diana era homenageada em templos rústicos nas florestas, onde os caçadores lhe ofereciam sacrifícios. Na mitologia romana, Diana era deusa dos animais selvagens e da caça, bem como dos animais domésticos. Filha de Júpiter e Latona, irmã gêmea de Apolo, obteve do pai permissão para não se casar e se manter sempre casta. Júpiter forneceu-lhe um séquito de sessenta oceânidas e vinte ninfas que, como ela, renunciaram ao casamento. Diana foi cedo identificada com a deusa grega Ártemis e depois absorveu a identificação de Ártemis com Selene (Lua) e Hécate (ou Trívia), de que derivou a caracterização triformis dea ("deusa de três formas"), usada às vezes na literatura latina. O mais famoso de seus santuários ficava no bosque junto ao lago Nemi, perto de Arícia.

Adamastor foi o mítico gigante baseado na mitologia greco-romana, referido por Luís de Camões n'Os Lusíadas, que representava as forças da natureza contra Vasco da Gama sob a forma de uma tempestade ameaçando a ruína daquele que tentasse dobrar o Cabo da Boa Esperança e penetrasse no Oceano Índico, os alegados domínios de Adamastor. O Adamastor tem, não só o papel de reforçar o positivismo da viagem, assim como o Velho também; e de enfatizar o "mais que humano feito", referido na proposição. Realçando a coragem do Herói, individual ou colectivo, que enfrenta, apesar do medo, desafios mais que do poder do Homem, porque o herói renega a sua emoção, segue a ordem de el-rei. Mais à frente o narrador mostra-nos como este grande gigante tem uma fraqueza, um amor impossivel, mostrando que até o mais poderoso ser padece dessa doença benigna, que é o amor.

•Neptuno era um deus romano do mar, inspirado na figura grega Posídon. Filho do deus Saturno e irmão de Júpiter e de Plutão. Originariamente era o deus das fontes e das correntes de água.

•Na mitologia grega, as Nereidas eram as cinquenta filhas (ou cem, segundo outros relatos) de Nereu e de Dóris. Nereu compartilhava com elas as águas do mar Egeu.
Nereu, um deus marinho mais antigo que Neptuno, filho de Oceanus, era descrito como um velho pacato, justo, benévolo e sábio que representava a calma e serenidade do mar. As Nereidas eram veneradas como ninfas do mar, gentis e generosas, sempre prontas a ajudar os marinheiros em perigo. Por sua beleza, as Nereidas também costumavam dominar os corações dos homens.
São representadas com longos cabelos, entrelaçados com pérolas. Caminham sobre golfinhos ou cavalos-marinhos. Trazem à mão ora um tridente, ora uma coroa, ora um galho de coral. Algumas vezes representam-nas meio mulheres meio peixes. O unico relato onde elas prejudicam os mortais,consta do mito de Andromeda. Segundo o mito, elas exigiram o sacrificio de Andromeda como puniçao pelo fato de Cassiopeia,mae da jovem, ter alegado ser mais bela que as Nereidas.


Clio foi uma das nove musas da mitologia grega. Filha de Zeus e Mnemósine.
Era a musa da história e da criatividade, aquela que divulgava e celebrava realizações. É representada como uma jovem coroada de louros, trazendo na mão direita uma trombeta e, na esquerda, um livro intitulado "Thucydide". Outras representações suas apresentam-na segurando um rolo de pergaminho e uma pena, atributos que, às vezes, também acompanham Calíope. Clio é considerada a inventora da guitarra.


•As Tágides são as ninfas do Tejo a quem Camões pede inspiração para compor a sua obra Os Lusíadas.

http://educom2.sce.fct.unl.pt/proj/por-mares/mitologia_romana.htm

sábado, 3 de março de 2007

Resumo de episódios d' Os Lusíadas (adaptação de João de Barros)

INÍCIO DA NARRAÇÃO E CONSÍLIO DOS DEUSES

Iam os barcos já na costa de Moçambique, rápidos, entre a branca espuma das ondas.
A Índia estava longe, mas o caminho para alcançá-la era aquele e decerto lá chegariam, se o vento e o mar lhes fossem favoráveis e, sobretudo, se a coragem não os abandonasse.
Ai deles, porém!
Sempre que um povo tenta desvendar e conhecer paragens até então desconhecidas, parece que as forças da natureza ou a inveja dos outros homens tudo fazem para os não deixar vencer...
Assim, os deuses ou forças, que vivem nas coisas e nas almas, discutiam se sim ou não os deviam deixar triunfar.
Júpiter, Vénus, Baco, Marte, Apolo e Neptuno juntaram-se todos para resolver se dariam ou não auxílio aos portugueses.
Bastava que Júpiter desencadeasse um grande temporal sobre as frágeis embarcações para que um naufrágio as engolisse. Vénus e Marte, que eram amigos dos portugueses, não queriam. Mas Baco, que tivera outrora poder na Índia e receava que os portugueses lho tirassem, preparava-se para os inquietar...
No Olimpo, grande discussão houve entre os deuses a propósito dos nossos portugueses e da melhor decisão a tomar sobre o destino das suas naus...

INÊS DE CASTRO

Aconteceu um caso triste, mas que mostra quanto é sincero e terno o coração dos portugueses...
D. Afonso IV tinha um filho, D. Pedro, que gostava muito de uma dama da rainha, chamada D. Inês de Castro; mas o príncipe não podia casar com uma senhora qualquer, mas só com uma princesa de sangue real. Por isso, D. Afonso afligia-se ao ver o filho tão preso dos encantos de D. Inês e não querendo casar-se com nenhuma princesa verdadeira.
O Rei aconselha-se com os seus ministros e resolveram tirar a vida à pobre D. Inês, cujo o único pecado e crime era amar o seu príncipe.
Vão buscá-la a Coimbra e trazem-na arrastada à presença do Rei.
Apertando muito ao peito os filhinhos que tinha de D. Pedro, Inês chora, pede e suplica piedade, não para ela, mas para os filhos que, ficando órfãos, tudo perderiam.
Ainda se comove o rei, mas não se comovem os conselheiros. Arrancam das espadas de aço fino e trespassam o seio da formosa Inês.
Assim que ela morreu, chorou-a todo o povo, tão nova e bonita era a apaixonada de D. Pedro. Este não se esqueceu nunca da sua amada. Assim que subiu ao trono, coroou-a rainha como se viva fosse, entre festejos e pompas solenes. E castigou com severidade os ministros responsáveis pela morte da sua amada. Mas nem só a eles castigou. Enquanto reinou nunca perdoou nenhum crime, e não consentiu já mais que um homem mau vivesse tranquilo e impune.
Foi justo e, por vezes, cruel. Mas, austero e bravo, soube defender o seu reino das cobiças alheias.


BATALHA DE ALJUBARROTA

Soa a trombeta castelhana, dando o sinal de batalha. Som horrendo que parece correr do norte ao sul de Portugal. As mães aflitas apertam os filhinhos ao peito, e rostos há que mudam de cor.
Trava-se a luta entre Espanhóis e Portugueses, com fúria imensa de parte a parte. Numerosíssimos, os inimigos crescem sobre a gente de Nuno Álvares Pereira e entre eles estão os próprios irmãos do futuro Condestável.
D. João grita aos seus soldados que defendam a sua terra ameaçada, pois a liberdade da Pátria dependia da coragem destes. D. João, vendo em risco os soldados portugueses, precipita-se em auxílio da hoste já cercada. Todos os seus soldados o acompanham e, sem medo de perder a vida, atiram-se para o meio dos inimigos.
O rei castelhano e os seus milhares de soldados lutam desesperada e raivosamente, mas, apesar de serem mais do que os nossos, não resistem à coragem lusitana.
São vencidos os castelhanos que fogem dos campos de Aljubarrota.


DESPEDIDAS DE BELÉM

No porto de Lisboa, onde o Tejo mistura as suas águas com a água salgada do mar, estão as naus prontas a sair.
Ninguém receia a viagem aventurosa. Ninguém vacila em seguir Vasco da Gama por toda a parte.
Na praia, guerreiros e marujos passeiam os seus fatos novos. Os ventos sossegados fazem ondular os estandartes nas fortes e belas naus que prometem tornar-se um dia estrelas brilhantes no céu da glória...
Estão as naus aparelhadas e os navegadores prontos para todas as traições e lutas do mar. Pediram a Deus, antes de partir, a protecção e ajuda, favor celeste que os guiasse. Por fim, saíram da Capela de Santa Maria para bordo. A gente da cidade acompanhou-os, em grande multidão, chorando e gritando. Suspiravam os homens que ficavam. Todos receavam a perda dos nautas nos desconhecidos oceanos que iam navegar. Mães, esposas, irmãs imaginavam já não os tornar a ver.


ADAMASTOR

Cinco dias depois da aventura de Veloso, numa noite em que sopravam ventos prósperos, uma nuvem imensa, que os ares escurecia, apareceu de súbito sobre as cabeças dos marinheiros. Tão temerosa e carregada vinha que os seus valentes corações se encheram de pavor. O mar bramia ao longe, como se batesse nalgum distante rochedo. Tudo infundia pavor.
Erguendo a voz ao céu, Vasco da Gama suplicou piedade a Deus. Mal acabava de rezar, um figura surgiu no ar, robusta, fortíssima, gigantesca, de rosto pálido e zangado, de barba suja, de olhos encovados e numa atitude feroz. Num tom de voz grosso, começou a falar-lhes.
Arrepiaram-se todos, só de ouvir e ver tão monstruosa criatura. Disse então o gigante, voltando-se para eles:
- Ó gente ousada, já que vindes devassar os meus segredos escondidos, que nenhum humano deveria conhecer, ouvi agora os danos que prevejo para vós, para a vossa raça, que subjugará, no entanto, ainda todo o largo mar e toda a imensa terra. Ficai sabendo que todas as naus que fizerem esta viagem encontrarão as maiores dificuldades nestes meus domínios. Punirei a primeira armada que vier aqui depois da vossa e os seus tripulantes mal sentirão talvez o perigo de me defrontarem. Hei-de também vingar-me de quem primeiro me descobriu, Bartolomeu Dias, fazendo-o naufragar aqui mesmo e outras vinganças imprevistas executarei...
Era tão assustador o que ele dizia, que Gama o interrompeu e lhe perguntou quem ele era e por que estava assim tão zangado.
Ele respondeu:
- Eu sou aquele cabo a que chamam Tormentório, andei na luta contra o meu deus, Júpiter, fiz-me capitão do mar e conquistei as ondas do oceano. Apaixonei-me então por Tétis, princesa do mar filha de Neptuno. Mas como eu sou tão feio, ela nem me podia olhar... Determinei conquistá-la à força e mandei participar esta minha intenção. Esta fingiu aceitar o meu pedido de casamento... julguei certa noite vê-la e supus que vinha visitar-me e combinar as nossas bodas. Corri para ela como um doido e comecei a abraçá-la. Achei-me, no entanto, de repente abraçado a um duro monte, pois Tétis transformara-se em rocha feia e fria. Vendo um penedo a tocar a minha fronte, penedo me tornei também de desespero. Para redobrar as minhas mágoas, Tétis anda sempre me cercando, transformada em onda.
Assim contou a sua história o gigante Adamastor ... E logo a nuvem negra se desfez e o mar bramiu ao longe.
Gama de novo rezou a Deus, pedindo-lhe que os guardasse dos perigos que o Adamastor anunciara.


A TEMPESTADE E A CHEGADA À ÍNDIA

...Queria Veloso continuar a heróica narrativa, quando o mestre do navio pediu aos seus ouvintes e a ele que estivessem alerta...
Desencadeia-se a terrível tempestade. Rompe-se a vela grande da nau de Veloso, pois não houvera tempo de amainá-la. Alaga-se o navio todo com as ondas, que o envolvem espumando, e a água entra pelos porões. Os marinheiros correm a dar à bomba, para evitar o naufrágio, que parece certo.
O navio maior, em que navegava Paulo da Gama, leva o mastro quebrado.
Tão perto da Índia estavam os portugueses e tão impossível se lhes afigurava lá chegar, nessa hora de tragédia!
Vasco da Gama, entre o fulgor da procela, ergue a alma a Deus e, enquanto os marinheiros lutam contra a fúria do Oceano, a Deus suplica porto e salvamento.
Sossega o mar, cala-se o vento um pouco, graças à intervenção Vénus e das Nereidas junto dos Ventos.
As naus portuguesas retomam outra vez o seu rumo para a Índia. Baco fora vencido de novo e já não poderia contrariar os desígnios da gente lusitana.
A manhã clareava nos outeiros por onde passa o rio Ganges, quando da gávea alta os marinheiros enxergaram terra, pela proa das naus.
O piloto melindano exclama que a terra que se avista enfim é Calecut, cidade da Índia.

Ficha de Leitura do Texto Dramático “Falar Verdade a Mentir” de Almeida Garrett

Cena I
1. De onde vem Joaquina e como é que ela caracteriza esse lugar?
Vem do Porto e caracteriza-o com sendo a “segunda capital do reino e a cidade eterna”.

2. Por que motivo Joaquina e José Félix estavam interessados no casamento de Amália com Duarte?
Estavam interessados, porque com o casamento de Amália, Joaquina receberia um dote de cem moedas e, assim, já poderia casar com José Félix.

3. Caracteriza José Félix e indica os processos de caracterização de personagens que te permitiram caracterizá-lo.
José Félix era interesseiro, emigrou, esteve em Paris e é criado particular de um General. Os processos de caracterização foram a caracterização indirecta, porque sabemos que ele é interesseiro, pelas suas palavras “a minha paixão, a nossa felicidade, cem moedas sonantes...”; há a caracterização directa, através da autocaracterização, porque ele caracteriza-se a si próprio, e da heterocaracterização, pois Joaquina disse que ele estava tolo e doido..

Cenas II e III
4. Qual a condição necessária para que o pai de Amália a deixasse casar com Duarte?
Que o Duarte não seja apanhado a mentir.

5. Caracteriza Duarte e indica os processos de caracterização que te permitiram caracterizá-lo.
Duarte é um bom rapaz com juízo e bom coração, nunca diz uma palavra que seja verdade, morgado de raça quase castelhana, mente por hábito sem saber que o faz. Os processos de caracterização de personagens foram a caracterização directa e a heterocaracterização.

6. Resume as mentiras que Duarte conta a Brás Ferreira na cena III.
Duarte diz que tinha uma brasileira rica que queria casar consigo, que espantou ladrões que frequentava a casa do general Lemos e que este lhe oferecera três lugares de primeira ordem, que era director do clube, que tivera uma casa e que a vendera na véspera.

Cenas IV, V e VI
7. O que leva Duarte a mentir?
Duarte diz que as coisas contadas tal como são, não têm graça.

8. Qual foi a artimanha arranjada por José Félix para salvar Duarte?
José Félix disfarçou-se de Sr. Tomás José Marques.

9. Qual a reacção de Duarte à estratégia de José Félix? Justifica a tua resposta com expressões do texto.
Fica admirado e diz «que história será esta?» e «A mim sempre me sucedem coisas! Esta é a mais extraordinária...». Depois, pede-lhe o dinheiro da casa.

Cenas VII, VIII e IX
10. Que mentira inventa Duarte para não ir a casa do General?
Diz que não podia sair de casa, porque esperava que o venham buscar para um duelo.

11. Que estratégia inventa agora José Félix para salvar Duarte?
Disfarça-se de inglês.

Cenas X, XI, XII, XIII e XIV
12. Depois da situação do Inglês estar resolvida, Duarte ia sendo apanhado em mais uma mentira, que tinha dito anteriormente.
12.1- Que mentira era essa?
Duarte tinha dito que tinha um grande almoço preparado.
12.2- Quem o salvou desta vez?
Quem salvou a situação foi a Joaquina.

13. “Vamos ensaiar José Félix no novo papel que tem de representar.”
13.1- A que novo papel Joaquina se refere.
Era que José Félix se disfarçasse de General.
13.2- Achas que haveria necessidade de representar esse novo papel? Justifica a tua resposta.
Não era necessário, porque o General Lemos acabava de chegar.

Cena XV
14. Por que motivo queria o General ralhar com Duarte?
O general queria ralhar com Duarte, porque ele ainda não tinha ido ter com ele para lhe pedir a recebedoria de Santarém.

15. Que combina Brás Ferreira com o General?
Brás Ferreira pede ao General que o ajude a confundir Duarte e que não diga o seu nome.

16. Qual o motivo apresentado por Brás Ferreira para não casar a sua filha com Duarte?
Diz que tinha avisado Duarte que se o apanhasse numa mentira não havia casamento.

Cena XVI
17. Que estratagema inventa Brás Ferreira para desmascarar Duarte?
Brás Ferreira diz que o General era um senhor do Porto que desejava conhecer o General Lemos.

18. Como recomeçam os deslizes de Duarte?
Duarte não reconhece o general e prontifica-se a apresentar aquele senhor ao general.

19. Qual a reacção de Duarte ao saber que estava a falar com o General e que mentira inventa de seguida?
Fica admirado e diz que o General Lemos que ele conhecia era outra pessoa.

20. Qual a condição apresentada por Brás Ferreira para perdoar ao Duarte?
Se o Duarte lhe provasse que o primo do general estava em Lisboa.

Cena XVII
21. Quem aparece para tentar salvar a situação?
Aparece José Félix com uma farda de Brigadeiro.

22. Como o considera Duarte?
Considera-o um querido protector.

23. Que ligação havia entre o falso brigadeiro e o General?
José Félix era criado do General.

24. Quem e de que modo acaba por salvar a situação?
É o Genera que confirma que José Félix era o seu primo coronel Lemos que voltara de Inglaterra

25. Explica as afirmações de Duarte: “Mas é que isso hoje parece um acinte... não invento senão verdades.”
Duarte diz que as mentiras que inventa se transformam em verdades só para o contrariarem.

26. Como se justifica Duarte do hábito de mentir?
Diz que mentir era um vício e que as mentiras vinham umas atrás das outras.

27. Interpreta a última fala de José Félix no contexto da peça?
José Félix diz que o que fez com que as mentiras se transformassem em verdades foi a bolsa com dinheiro que lhe estava prometida, confirmando assim o seu carácter interesseiro.

28. Qual a função dos apartes ao longo da peça?
Transmitir aos espectadores o que as personagens estão a pensar.

29. Indica, exemplificando, qual a importância da linguagem para a caracterização das personagens.
José Félix ao dizer «cos diabos» demonstra que é uma personagem do povo e de baixa condição social, tal como Joaquina ao dizer «Cruzes!». O General mostra que é uma pessoa de alta condição social e educada, devido à linguagem que utiliza «Creio que é o Senhor Brás Ferreira, do Porto, a que tenho a honra de falar? Muita satisfação de ver Vossa Senhoria em Lisboa.». Joaquina também revela que tem pouca instrução ao dizer: « Província será a terra de você...”.

30. Apresenta exemplos de cómico de situação presentes ao longo da peça.
Sempre que José Félix aparece disfarçado de alguém que Duarte inventara, este mostra-se muito admirado e interroga-se como é que é possível que as mentiras que inventa sejam verdades. Outro exemplo de cómico de situação é quando Duarte diz ao próprio general Lemos sem o conhecer que é muito amigo dele e que o apresentará ao general.